segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Estudo da UFS pretende impulsionar a exportação de frutas tropicais no Brasil

Produtos de alto valor agregado prometem
alavancar exportação de frutas tropicais
(Fotos: Divulgação/INCT)
A exportação de frutas tropicais no Brasil ainda caminha a passos tímidos. Enquanto somos o terceiro maior produtor do mundo, com 42 milhões de toneladas por ano, estamos na 15º posição no ranking dos maiores exportadores, perdendo para os vizinhos Chile e Argentina, que têm nesse negócio um dos pilares das suas economias. No caso chileno, por exemplo, as exportações de frutas ultrapassam os US$ 4,5 bilhões por ano.

Vários são os entraves para que o setor ganhe o impulso que se deseja. Os principais são a logística de transporte e a pericibilidade. Na Universidade Federal de Sergipe (UFS) a criação do Instituto nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Frutos Tropicais promete, com o desenvolvimento de produtos de alto valor agregado de frutas, aumentar entre 15 a 100 vezes as exportações. Atualmente, apenas 35% do que é produzido no Brasil é vendido a outros países.

Encabeçado pelo coordenador do Núcleo de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos (Nucta), o professor Narendra Naraim, o projeto receberá cerca de R$ 4,5 milhões em recursos até 2013 e será tocado em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC) e a Embrapa do mesmo Estado. Os trabalhos começaram ano passado e encontram-se, nessa primeira fase, no processo que consiste na caracterização dos compostos e propriedades que possuem as frutas. Algumas delas ainda são desconhecidas do público externo.

“São frutas saudáveis que possuem compostos funcionais, nutracêuticos e antioxidantes com alto potencial de exploração”, explica Naraim. A intenção é desenvolver produtos como suco em pó, essências, sucos concentrados, frutas processadas, desidratadas e frutas in natura revestidas com biofilmes. “Queremos criar uma alternativa ao produto apenas in natura que hoje, quando é exportado, é vendido a preços módicos em lugares como EUA, Canadá e Europa”, revela o professor.
Prof. Narendra Naraim é coordenador
do projeto em parceria com a UFCE e
Embrapa (Foto: Blog UFSCiência)

O projeto utilizará frutas tropicais e subtropicais de larga produção (abacaxi, mamão, caju, manga e acerola, que já são exportadas), de escala produtiva média (cajá, umbu, sapoti, mangaba, açaí e cupuaçu) e de frutas exóticas de pequena escala de produção (guajuru, pulsar, seriguela, jambo e cajarana) no Nordeste.

A análise e descoberta dos compostos responsáveis pelo aroma delas, para que se conheça o potencial nutricional que cada uma possui, só foram possíveis com o incentivo financeiro do Ministério da Ciência e Tecnologia, que em 2008, quando da aprovação do INCT de Frutos Tropicais, destinou mais de R$ 533 milhões a 101 INCTs de todo o país. Além do projeto coordenado pelo professor Narendra, Sergipe conseguiu mais uma rede de pesquisa, só que na área de Ciência da Computação, também na UFS.

Com os recursos foi possível a compra de equipamentos importados e o financiamento de bolsas de estudos para estudantes de mestrado, doutorado e pós-doutorado na área de Engenharia de Alimentos. Em até dezoito meses devem ser apresentados os primeiros resultados.

“Se forem bem aproveitados, com ações agressivas de marketing, podemos aumentar, com esses produtos de alto valor agregado, entre 15 e 100 vezes as exportações. Tudo isso vai ser novidade no mercado externo, onde as pessoas não conhecem essas frutas, que por sinal tem sabores muito agradáveis”, confirma o pesquisador.

Por Diógenes de Souza

3 comentários:

Ivanidepontes@hotmail.com disse...

Muito interessante sua matéria sobre as frutas tropicais do nordeste do País. Obrigado pelas informações.

Ivanidepontes@hotmail.com disse...

Muito interessante sua matéria sobre as frutas tropicais do nordeste do País. Obrigado.

Unknown disse...

Gostei muito da matéria das frutas tropicas. obrigado.